Janeiro
E mais um ano começa. E se eu dissesse que dietas e perca de peso estão no centro das minhas preocupações, seria apenas uma tentativa falsa de manter meu discurso alinhado ao propósito deste blog. Não, não é o caso. Meus maiores medos atualmente são financeiros.
Me sinto cada vez menos motivada a trabalhar. Por outro lado, estou cada vez mais confortável em gastar dinheiro. Fazem meses que meu cartão de crédito não fica abaixo da linha dos 3 mil reais. Tento me reconfortar com a ideia de que tenho algum dinheiro guardado; porém, nesse ritmo, minhas economias não sobreviveriam nem dois anos. Eu não posso me dar ao luxo de parar de trabalhar, mas a motivação já foi praticamente embora. Não a de trabalhar em si. É claro que eu sei que vou precisar continuar trabalhando por muitos mais anos. O problema é manter essa rotina de trabalho com estudo onde eu sei, de verdade, que não consigo dar a atenção que meus alunos merecem. Ano passado eu infelizmente prejudiquei muitos deles com o meu desleixo e falta de motivação.
Nessas férias próximas de acabar muitas coisas aconteceram. Comprei um armário, finalmente. Depois de 7 anos morando nessa cidade finalmente tenho aonde guardar as minhas roupas. Já também vendi a arara, me livrei da comoda quebrada, contratei uma faxineira, comprei uma mesa de centro, instalei um móvel novo na cozinha... Enfim, no geral, foram excelentes decisões das quais eu devia me orgulhar.
Porém, como estou em vias de voltar a trabalhar, sinto como se não fosse o suficiente. Me constranjo pensando em todo o tempo que gasto sentada em frente ao computador fazendo literalmente tudo menos o que deve ser feito.
Ano passado eu fiz o mínimo. Cursei 600 horas na faculdade, mantive uma quantidade pequena porém razoável de alunos. Cuidei da casa e dos gatos. Nada além. Para ser honesta, eu me aproximei dos meus amigos e voltei a ter uma vida social, mas logo no dia 03 de janeiro consegui quebrar vínculos com o meu amigo mais próximo. A pior parte? Sinto que me fez bem. Pensando assim, o único "avanço" que fiz em 2024 - a recuperação da minha social - não foi de todo positiva, porque foram com amizades que não me agregavam.
Para não ser completamente desonesta, J. é um bom amigo e não duvido que iremos nos reaproximar. Só que é uma pessoa completamente neurótica, que gasta (desperdiça mesmo) muito tempo útil esmiuçando traumas do passado. No fundo, sinto que estávamos nos afundando numa dinâmica tóxica, repetitiva, que reconfortava enquanto se retroalimentava.
Também não consigo deixar de me afetar pelo fato de que meu namorado foi demitido recentemente. Importante dizer que ele não tem culpa alguma nisso, todas as quase 200 pessoas que trabalham com ele foram dispensadas. Na verdade, receberam aviso, e o trabalho será encerrado no começo de Abril. Daí é seguro desemprego + procurar vagas infinitamente + o mesmo processo de sempre. O problema é que eu sei que vou me envolver, como já estou - inclusive - me envolvendo, e será algo a mais para me preocupar.
Por fim, quero pontuar que parar esse ano não só quero, como preciso concluir 720 horas da faculdade. Também quero fazer os dois cursos que escolhi para concluir atividades extras. Preciso concluir até Março porque depois não terei tempo. Também gostaria de começar a estudar coreano. Eu quero de verdade começar uma nova língua e acho que é a melhor escolha que posso fazer. Mistura interesse pessoal, mais uma certa facilidade (por incrível que pareça, o coreano é uma língua relativamente fácil de aprender) e bons prospectos academicos (muita demanda e poucos profissionais)
Depois, talvez, volto as preocupações de sempre.

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